2019 – Voto de Pesar pelo falecimento de Manuel Graça Dias (CPL/PS)

Agendado: 26 de Março de 2019
Debatido e votado: 26 de Março de 2019
Resultado da Votação: Aprovado por unanimidade
Passou a Deliberação: 124/AML/2019
Publicação em BM: 2º Suplemento ao BM nº 1316, de 9 de Maio.

VOTO DE PESAR PELO FALECIMENTO DE MANUEL GRAÇA DIAS

Manuel Graça Dias, um dos mais coloridos e eclécticos arquitectos da sua geração faleceu no passado domingo em Lisboa aos 65 anos.

Manuel Graça Dias nasceu em Lisboa e licenciou-se em arquitetura em 1977 pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, tendo iniciado a sua carreira profissional como colaborador do arquiteto Manuel Vicente em Macau.

Foi assistente da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa entre 1985 e 1996 e professor auxiliar da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto entre 1997 e 2015, onde se doutorou com a tese “Depois da cidade viária” (2009).

Em 1990 abriu com Egas José Videira o ateliê Contemporânea, actualmente situado na rua Borges Carneiro, onde foram criadas obras com a sede da Associação dos Arquitectos Portugueses em 1991, o Teatro Municipal de Almada em 2005, a Escola de a Escola de Música, Artes e Ofícios de Chaves em 2008 e, mais recentemente, a requalificação do Teatro Luís de Camões em Lisboa. Os dois arquitectos propuseram uma abordagem aberta ao edifício do Teatro Luís de Camões, inaugurado em 1880 e que a câmara de Lisboa reabriu, renovado, no dia 1 de junho de 2018, com a designação de LU.CA, direccionado para a programação infanto-juvenil.

Alcançou o 1.º lugar no concurso para o Pavilhão de Portugal na Expo’92 em Sevilha, bem como o 1.º lugar no concurso para a construção da nova sede da Ordem dos Arquitectos, nos antigos Banhos de S. Paulo, ambos em parceria com Egas José Vieira.

Foi autor de vários livros de crítica ou divulgação de temas de arquitectura, entre eles, “Macau Glória: A glória do vulgar”, com Manuel Vicente e Helena Rezende (1991) “Vida Moderna” (1992), “Ao volante pela cidade: 10 entrevistas de arquitectura” (1999), “O homem que gostava de cidades” (2001), “Arte, arquitectura e Cidade: A propósito de ‘Lisboa Monumental’ de Fialho de Almeida” (2011), e “Aldeia da Estrela: Sociologia e arquitectura ao serviço de uma população”, com Rodrigo Rosa e Egas José Vieira, (2015), entre outros.

Manuel Graça Dias foi também director do Jornal Arquitectos entre 2009 e 2012, tendo assumido a direcção da Ordem dos Arquitectos de 2000 a 2004 e, entre outras funções, foi comissário da representação portuguesa à VIII Bienal de Arquitectura de São Paulo (2009); com Ana Vaz Milheiro, da exposição “Sul África/Brasil”, para a Trienal de Lisboa/2010, tendo sido ainda Presidente da Secção Portuguesa da Association Internacional des Critiques d’Art, SP/AICA (2008-2012).

Grande comunicador, foi autor do programa quinzenal “Ver Artes/Arquitectura” na RTP2 entre 1992 e 1996 e foi colaborador da rádio TSF e do semanário Expresso na área da crítica de arquitectura entre 2001 e 2006.

Em 1999 Manuel Graça Dias e Egas José Vieira ganharam o Prémio AICA/Ministério da Cultura de Arquitectura pelo conjunto da obra construída.

Presentemente, era professor associado da Faculdade Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa e professor catedrático convidado do Departamento de Arquitectura da Universidade Autónoma de Lisboa desde 1998.

Em 2006, Manuel Graça Dias foi agraciado, pelo então Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, com a Ordem do Infante D. Henrique (grau comendador).

Assim, a Assembleia Municipal de Lisboa, reunida em 26 de março de 2019, manifesta o seu mais profundo pesar pelo falecimento de Manuel Graça Dias, guarda um minuto de silêncio e endereça à sua família as mais sentidas condolências.

Pelo Grupo Municipal do Partido Socialista
José Leitão

Os deputados municipais independentes

José Alberto Franco Miguel Graça Ana Gaspar António Avelãs