Proposta 116/2008 – HOMENAGEM A FERNANDA BOTELHO

Apresentada: 19 Fevereiro de 2008
Agendada: 29ª Reunião, 23 de Janeiro
Debatida e votada: 29ª Reunião, 23 de Janeiro
Resultado da votação: Aprovada ponto por ponto:
Ponto 1 – Aprovado por maioria com 13 votos a favor (5PS, 2LCC, 2PSD, 1PCP – Verª Rita Magrinho, 2CPL e 1BE) e 2 abstenções (1PS – Ver. Marcos Perestrello e 1PCP – Ver. Ruben de Carvalho)
Ponto 2 – Aprovado por maioria com 13 votos a favor (6PS, 2PSD, 2PCP, 2CPL e 1BE) e 2 votos contra (LCC)

Proposta

1. Considerando que:
1.1 A escritora Fernanda Botelho faleceu, em Dezembro de 2007, em Lisboa, cidade onde viveu nos últimos anos, na Rua Tomás Ribeiro, Nº 107, Freguesia de São Sebastião da Pedreira.
Nascida no Porto, frequentou o curso de Filologia Clássica em Coimbra, curso que completaria em Lisboa. Aqui iniciou uma longa amizade com Maria Judite de Carvalho e relacionou-se com Couto Viana, Mourão-Ferreira e Luís de Macedo, tendo com estes dirigido os cadernos de poesia Távola Redonda, no primeiro dos quais (Janeiro de 1950) se estreou com seis poemas. Colaborou também em várias outras revistas e jornais, como Graal, Europa, Panorama, Tempo Presente, Diário de Notícias, e ainda na TV, no programa “Convergência”. Fez bastantes traduções, de que se salienta “O Inferno”, de Dante, que lhe valeu uma medalha da Direcção Geral das Relações Culturais de Itália. Seleccionou, traduziu e prefaciou uma Antologia da Literatura Flamenga.
Sintetizando as perplexidades da geração de cinquenta/sessenta, os romances de Fernanda Botelho são um testemunho sobre o seu tempo, através de uma expressão distanciada a que não é estranha a ironia ou o sarcasmo e que, do ponto de vista formal, se inscreve nas técnicas e formas do Novo-Romance.

Embora a sua estreia literária tivesse sido com um livro de poesia, “As coordenadas líricas”, foi como romancista que se distinguiu. Da sua bibliografia fazem parte romances tão importantes como “A Gata e a Fábula”, Prémio Camilo Castelo Branco, “Lourenço É Nome de Jogral”, Prémio Nacional de Novelística e “Esta Noite Sonhei com Brueghel”, Prémio da Crítica da Associação Portuguesa de Críticos Literários. A sua obra “As Contadoras de Histórias” teve o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores e do IPLB.

Foi agraciada, em Portugal, com o grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito e, na Bélgica, com a Ordem de Leopoldo I;
1.2 A CML não prestou em tempo oportuno a devida homenagem a Fernanda Botelho;
1.3 A Freguesia de São Sebastião da Pedreira, curiosamente, é uma das poucas, no concelho de Lisboa, que não tem qualquer artéria com nome de uma mulher.

2. Proponho que:
2.1 A CML, ao abrigo da alínea v) do ponto 1 do artigo 64º da Lei 169/91 de 18 de Setembro, na redacção em vigor conferida pela Lei 5-A/2002, de 11 de Janeiro, encete as diligências necessárias à colocação de uma placa evocativa da escritora na fachada da sua última residência, na Rua Tomás Ribeiro, Nº 107 – 1º Esqº, em São Sebastião da Pedreira;
2.2 Proceda à atribuição do seu nome à toponímia da cidade de Lisboa.